sexta-feira, 13 de maio de 2011

Treze de$Maio


Lei "Áurea", Princesa Isabel, 1888, 13 de Maio. ( veja referência em http://pt.wikipedia.org/wiki/Lei_%C3%81urea )


Este ato, neste dia, foi decretada por lei extinta a escravidão no Brasil, e vem sendo comemorado como o Dia da Libertação dos Escravos.

Fim da Escravidão Negra. Alforria geral para todos os negros das senzalas, das fazendas, aldeias e vilas.

Antes, muitos pensavam que nem alma tinham, e que, como os índios, podiam ser tratados como animais, ou objetos, comprados e vendidos.

Estes pobres coitados agora seriam tratados não mais como escravos, mas quem sabe como gente, espera-se de igual para igual, sem distinção de raça ou origem.

De repente, são despejados nas ruas das cidades, sem casa, sem posses, sem bens, sem dinheiro, nem documento. Tornados marginais, frutos da modernidade.

Anos de atraso, maus-tratros e discriminação deveriam ser, de sopetão, ignorados e absorvidos pela sociedade despreparada para isto, titubeante e insegura, sem sua mão-de-obra histórica, ainda com vícios de coronéis e senhores de engenho e de toda uma engrenagem que aceitava e funcionava daquele jeito, torto, errado e injusto.

Enfim, acabou a escravidão!

Acabou?

Só se foi a dos Afrodescendentes (agora não é mais politicamente correto colocar cor nas pessoas, preto é ofensivo, mas pardo e branco ainda não)...

Porque as pessoas continuam "escravas" do emprego e seus chefes, e do salário no fim do mês para pagar as contas e dívidas, que também escravizam... E como! Até mais que antes!!! E a dor mudou das costas para o bolso! E esta escravidão ampliou sua abrangência! Agora alcança quase todos, multicores, e antigos senhores...

Quando teremos realmente o nosso Dia de Libertação? de Liberação? de Liberalidade? de Libertinagem? de Liberdade? de Liber idade? Qual a idade do livro? Hã?


Bônus:

Mais "esc(rav)ituras" em Senhor Escravo

3 comentários:

Júlio disse...

Não acabou nem uma e nem outra.

Acho que a "escravidão" sofrida por um funcionário em subordinação à seu chefe não se compara à "escravidão" sofrida por um escravo em relação à um feitor, coronel ou à um senhor.

A relação do empregado com o empregador é de pessoa que presta serviços de caráter não eventual, sob a dependência dele e mediante salário.

A relação do escravo com seu escravizador é que o escravo está sujeito a um senhor, como propriedade dele.

Olha que coisa "bonita" da DUDH: "Todos os seres humanos nascem livres" (Art. 1)
"Toda a pessoa tem direito ao trabalho, à livre escolha do trabalho, a condições eqüitativas
e satisfatórias de trabalho e à proteção contra o desemprego" (Art. 23)

Outra coisa "bonita", o prêambulo da Constituição Federal: "Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembléia Nacional Constituinte para instituir um Estado Democrático,
destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento,
a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na
harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias, promulgamos,
sob a proteção de Deus, a seguinte CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL."


“Em 1884, .... o trabalho livre mostrava-se bastante mais lucrativo do que o trabalho escravo.” (Alberto Passos Guimarães, Quatro Séculos de Latifúndio, p. 145).

“O bom escravo é o pior senhor” (Provérbio).

"Que proveito tem o homem, de todo o seu trabalho, que faz debaixo do sol?" (Eclesiastes 1 : 3)

mfc disse...

Não, a escravatura não acabou!
Subscrevo inteiramente.

Um brasileiro disse...

ola. tudo blz? estive aqui. muito legal e interessnate. gostei. abraços.